Força

Um histórico contando histórias

Gabriel Nogueira, o primeiro aluno com síndrome de down a se formar na UFPel, está dando oficinas de contação de histórias em escola de Pelotas

Gabriel Huth -

Obstáculos são nuvens que se desmancham suavemente para o pelotense Gabriel Almeida Nogueira. Após se tornar, em 2015, o primeiro aluno com síndrome de down a se formar na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), ele passou a ministrar contações de histórias na escola Upiá.

Na defesa, há três anos, ele apresentou para um auditório lotado o trabalho de conclusão de curso para conquistar a licenciatura em Teatro. Nele, versou sobre o projeto Oficina de teatro down: todos somos capazes de fazer tudo, dentro da extensão Fronteiras da diversidade, do Núcleo de Artes Linguagem e Subjetividade (NALS), do qual ainda participa, todas as sextas-feiras, pela manhã. Após a defesa, encenou Hamlet, de Shakespeare, e, escolhendo ser, alcançou nota dez. Pronto para o mercado de trabalho.

O convite para ingressar na Upiá veio há dois anos. Hygor Alencaragão, colega na faculdade e também funcionário da escola, o apresentou a ela. E desde então Gabriel trabalha com contação de histórias, atividade que ocorre duas vezes por semana e é voltada a crianças de até seis anos. Com o estímulo da família, sempre apoiadora dos caminhos que Gabriel trilha - a escola regular, a dança e o ingresso no taekwondo, por exemplo, do qual o pelotense é faixa preta.

Narrativa e carinho
É o próprio Gabriel quem monta as atividades. Normalmente na véspera e na maioria das vezes são livros que baseiam as contações - ou ainda músicas, bonecos, desenhos -, mas tem dias em que ele mesmo cria as histórias, experiente que é nessa coisa de criar novos roteiros para além dos pré-determinados.

As crianças gostam principalmente de contações que envolvam animais, ele diz, após recepcionar o Diário Popular com gentileza singular na porta da escola. E escolhe livro com este tema para mostrar a grupo de seis crianças. A cada página, um bicho novo, completamente diferente do anterior, mas igualmente interessante, cada um dentro das próprias características.

Leão, girafa, sapo, e onça vão passando e os meninos e meninas atentos, ainda que o sono venha e o colo do professor seja o caminho natural. Quando a última página chega, os pequenos pedem mais, mas mais não há, e Gabriel explica: está tarde, os animais foram dormir. "Elas se divertem, eu me divirto. O teatro é isso também."

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